sábado, 15 de outubro de 2011

Juramento



"Juro amar e educar as crianças a mim confiadas!". Foi com essas palavras que em 15 de dezembro de 1999 de forma solene iniciei o maior de meus sonhos e o maior comprometimento que já pude ter.

Sou professor com orgulho de ser. Gosto das minhas mãos sujas de giz, amo o roxo do papel hectográfico nas pontas dos dedos, mas é evidente que é preferível o computador e lousa branca...afinal o mundo evoluiu e nós também.

Hoje (literalmente, no dia 15 de outubro.) no meu dia, que deveria está feliz por ser o dia consagrado a nós, me sinto deprimido, triste e sem norte. Julgam-me como se fosse uma máquina perfeita que deveria calcular todos os acontecimentos, ter todas previsões e não errar...Amo intensamente o magistério, a gestão escolar, vivo por isso e para isso, e ver pessoas tratando o meu trabalho como qualquer coisa, vejo-me como prisoneiro jogado aos leões em uma arena com o público torcendo pela fera.

Estou sem dormir, com muita dor de cabeça, uma vontade de ficar na cama e com medo até da luz...Não preciso de auto e nem da piedade alheia, mas preciso como nunca de um colo, do afago e sobre tudo da compreensão.

Quando se erra por displicência creio que seja justo o julgamento voraz, mas quando se erra tentando acertar, em fazer o melhor e doando-se ao máximo, creio que seja inerente a benevolência e solidariedade do outro (s).

É muito triste perceber que muitos sentem-se felizes quando veem que algo deu errado, que o sucesso não aconteceu dessa vez como das outras.

Sou professor, gestor escolar e humano. É dolorido demais sentir "na carne" a lança agressiva de algozes que nos circundam...

Estou grato pelo apoio de tantos, sei que esse deveria prevalecer... mas o coração da gente é assim...

Um amigo meu sempre diz: "Não reclame de nada, porque você escolheu ser professor!" Pode até parecer demagógico, mas creio, que o magistério me escolheu.

Amo ser professor, me dedico em plenitude a essa função...

Como disse no dia da minha formatura, amo e defenderei cada um desses meninos e meninas a quem tenho por obrigação proteger.

Não saberia viver em outro mundo que não nesse.

Juro.