domingo, 5 de junho de 2011

Em Nome de Deus...



Século XXI e a Idade Média, quanto tempo temos entre eles? Mais de seiscentos anos. Mas as práticas medievas permanecem em nosso mundo contemporâneo, pra quem acha que a venda das indulgências e relíquias foi extinta o vídeo acima demonstra que ela permanece bem real, com uma versão moderna encenada na TV, internet,mídia impressos e quase todos os templos.

Não ataquemos as religiões, pois a fé e o direito ao credo é algo constitucional e direito natural do cidadão, porém é inadmissível ver de forma explícita o escambo que se faz em nome de Deus, não entremos no mérito de discussão teológica do dízimo e suas propriedades bíblicas, mas falemos da comercialização da fé, do exagero e da exploração feita sobre pessoas que em desespero econômico ou até mesmo emocional buscam na na religião uma recompensa às mazelas da vida.

Como entender que pessoas que dizem falar e proclamar a palavra de Deus, obrigam de forma implícita os fiéis a fazerem permutas com a salvação, dar muitas vezes o dinheiro da luz, do aluguel, da alimentação ou até mesmo do remédio na promessa de receber as bençãos vindas do céu?

Se houver justificativa para essas ações gananciosas, devemos entender a venda das indulgências e relíquias na Idade Média como justificativas válidas, já que elas atendiam a necessidade da Igreja na época e se esta era a "voz de Deus" na terra, logo não se tem o que questionar. Mas foi esse o argumento que levou Martinho Lutero a se opor a Santa Fé, fundando uma nova corrente dentro do Cristianismo, em nome de se acabar com todo o comércio religioso, mas o que vemos ao longo da história é a permanência dos mesmos atos medievos, das mesmas atitudes mercenárias.

Não se pode generalizar em momento algum, é claro que existem sacerdotes católicos ou "evangélicos" que não se posicionam de uma outra forma, mas o que vemos é uma crescente "onda" de padres, pastores e segmentos religiosos com grande sede de faturar...E vende-se medalhinhas milagrosas, cruzes abençoadas pelo papa, pote com água do Rio Jordão e o pior existem igrejas donas de emissoras de TV, que não passam nada de programação religiosa, possuem jornais impressos para venderem suas ideias aienantes.

Voltando ao vídeo do Pastor Silas Malafaia, que é tido dentro das igrejas evangélicas como um nome de peso e bem conceituado, onde em seu anseio em arrecadar fundos propõe ao povo sofrido que doe 30% do dinheiro destinado ao aluguel para a igreja, acho que não é necessário dizer nada sobre esse fato, as imagens falam tudo. Mas o que causa repulsão é ver que este mesmo senhor vai pra TV falar em Deus e atirar palavras de ódio aos gays, a criar até mesmo situação de conflitos religiosos já que constantemente ataca a outras igrejas, criando um clima de guerra . É uma criatura que usa de um discurso alterado, com som de inquietador soldado de Deus, mas que aqui no vídeo parece muito mais um camelô convencendo que seu produto paragauaio é de boa qualidade.

É bom que fique claro que não tenho religião, porém sou cidadão e não posso deixar de falar as barbaridades que vejo, e espero que mais pessoas sintam o que eu senti ao ver o vídeo que é uma sensação de vômito e de gritar que não termina.

Que Deus tenha piedade dos mercenários! Mas que nós não tenhamos nenhuma.