terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Deus e Eu



Se fosse enumerar as religiões e ceitas existentes com certeza usaria toda a memória do meu computador. A quantidade de religiões praticadas só comprovam a necessidade do ser humano em buscar algo que possa servi-la como " gerente de produção", isto é, que controla e determina suas ações, mesmo as sapiênciais, buscam limitar as vontades humanas, o que deixa claro o conceito de agente regulador das mesmas. Essa constatação, me remete ao período da minha adolescência, onde fui seminarista católico. Hoje entendo que entre vários outros fatores o que eu desejava no seminário era alguma coisa que pudesse me dizer o que podia ser feito ou não, com conceito divino. Uma experiência unica na minha vida, que mudou definitivamente a forma de "ver o mundo". Por 19 anos vividos "catolicamente corretos", foi na vivência vocacional, que passei a questionar os dogmas, antes nunca contestados por mim, em suma o "tiro saiu pela culatra", ou seja a busca da espiritualidade extrema trouxe a negação das idéias dogmáticas que possuía, meu senso crítico foi aflorado, obviamente essa descoberta me levou a uma grande guerra conceitual no meu interior, pois como negar uma vida inteira embasada na fé? Como olhar no espelho e entender que todas minhas crenças, já não tinham mais coerência com o rompimentos dos meus paradigmas?Talvez nunca transcreverei a real sensação de ter passado algum tempo dentro das paredes da Santa Madre Igreja, preciso dizer que respeito e muito as pessoas que seguem o sacerdócio como todos os praticantes da Fé Católica ou qualquer outro segmento religioso, mas no meu caso a prática profunda da religião resultou em um estágio de laicidade pleno, depois de ir a várias outras igrejas como se eu estivesse ansioso por reencontrar com Deus. Por vezes me defini como ateísta, mas sinceramente, não sou, claro que possuo uma visão sobre o divino diferente da maioria, mas passei a entender que o primeiro mandamento " AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS", significa amar a si próprio, pois o sagrado se faz presente em cada um de nós, e nada pode ser maior que nosso próprio interior. Conceitos individuais não deveriam assustar os outros, mas as vezes ao falar no que acredito, quando o assunto é Deus acabo por chocar, estranho, já que, não sou afetado quando alguém fala das suas crenças com afinco, a fala da descrença também não deveria causar inquietude, o que me leva a entender que as pessoas temem indagar-se sobre seus dogmas, evitam, talvez por medo de perdê-los, entende-se que só se questionando, somos capazes de crer ou não em alguma coisa de verdade. Continuo ainda hoje dialogando com Deus, as vezes ouço a voz dele outras sinto que tanto ele como eu fazemos monólogos intermináveis , então ocorre uma reciprocidade, cada um sabe o momento de intervir na vida do outro, não uso terminologia religiosa com ele e o Todo Poderoso nunca me chamou de qualquer nome, do tipo católico, judeu, muçulmano, espírita, mas já ouvi a palavra meu semelhante, e descobri que o maior mandamento é sem dúvida "Amar ao teu próximo como a ti mesmo."

Um comentário:

  1. Esse texto me traz um pouco a covardia, a covardia de se esconder por trás daquilo que nois somos, muitos de nois preferimos correr de nois msm a ter que se deparar com o nosso "eu msm", e quando isso acontece é um caos, um purgatório ao rumo do verdadeiro paraíso.
    O meu conceito de religião não é entender a Deus, e sim a si próprio, pois conhecendo-te e a melhor forma de entender a vida e os outros.
    Nem todos tem a audacia de expor a sua opinião sobre religião, pois foram criados e ensinados que religião não de discute, se segue de uma forma impecavél e pronto.
    Isso faz-me lembrar de grandes filósofos que tiveram que se resguardar para não morrer no poder a inquisição. Acho que não preciso falar mais nada, a inquisição já diz todo o resto. M E D O

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